Biden admite ter guardado documento confidencial sobre o Afeganistão "para o bem da posteridade" em áudio vazado
O ex- presidente Joe Biden, em um áudio recentemente vazado de sua entrevista com o conselheiro especial Robert Hur, admitiu que provavelmente guardou um documento confidencial relacionado ao Afeganistão depois que deixou a vice-presidência para "o bem da posteridade".
Biden disse inicialmente que não se lembrava do motivo de ter o documento quando questionado por Hur, que lhe disse que ele foi encontrado na biblioteca de sua casa no lago.
"Eu não sabia que tinha o documento", respondeu Biden, "mas não era algo em que eu teria parado para pensar".
Hur observou que Bob Woodward e Jules Witcover escreveram sobre o documento em seus livros sobre ele, perguntando se ele queria mantê-lo porque poderia ser objeto de reportagem ou "história".
"Acho que eu queria guardar isso para a posteridade. Quer dizer, essa era a minha posição sobre o Afeganistão. Do ponto de vista histórico, sempre fui da opinião de que há certos pontos na história, na história mundial, em que coisas fundamentais mudam com o uso da tecnologia", disse ele.
"Então, há muitas coisas que acredito que estão mudando fundamentalmente o funcionamento das sociedades internacionais, e elas se relacionam muito com a tecnologia."
Depois que o homem de 80 anos continuou falando sobre o assunto por um tempo, Hur o interrompeu para retornar ao tópico do documento.
"Não, desculpe, foi por isso que eu quis", respondeu Biden. "Não tinha nada a ver com o Afeganistão."
Um dos advogados do ex-presidente interrompeu Hur para dizer: "Para manter a ficha limpa", ele queria evitar "entrar em áreas especulativas", mencionando que Biden inicialmente respondeu à pergunta sobre o documento dizendo que não se lembrava por que o tinha.
Nesse momento, Hur respondeu: "Acho que deveríamos fazer uma pausa."
Em outras partes do áudio, Biden parece confuso, perguntando em que ano seu filho, Beau Biden, morreu e em que ano ele deixou a vice-presidência.
O áudio, relacionado a uma investigação sobre o manuseio de documentos confidenciais por Biden enquanto vice-presidente, foi divulgado depois de mais de um ano de legisladores do Congresso exigirem sua divulgação em meio a questionamentos sobre lapsos de memória e acuidade mental do ex-presidente.
O Comitê Judiciário da Câmara processou o procurador-geral Merrick Garland em julho pelas gravações de áudio, enfatizando a importância do "contexto verbal e não verbal" das respostas de Biden que poderiam ser fornecidas pelas gravações de áudio, especialmente considerando que Hur optou por não acusar Biden após a entrevista, em parte porque Biden era visto como "um homem idoso, simpático e bem-intencionado, com memória fraca".
O comitê argumentou na época que as gravações de áudio, não apenas suas transcrições, são "a melhor evidência disponível de como o presidente Biden se apresentou durante a entrevista".
O processo foi aberto antes deBiden desistir da corrida presidencial de 2024 em julho, após ter tido dificuldades em um debate com Trump em junho.
Biden exerceu privilégio executivo sobre as gravações de áudio enquanto presidente.
Hur, que divulgou seu relatório ao público em fevereiro de 2024 após meses de investigação, não recomendou acusações criminais contra Biden por manuseio indevido e retenção de documentos confidenciais e disse que não apresentaria acusações contra Biden mesmo se ele não estivesse no Salão Oval.
Esses registros incluíam documentos confidenciais sobre política militar e externa no Afeganistão e em outros países, entre outros registros relacionados à segurança nacional e política externa que, segundo Hur, implicavam "fontes e métodos de inteligência sensíveis".
A Fox News Digital entrou em contato com Biden para comentar.
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